Um tribunal de Torrijos, na província de Toledo, impôs uma fiança de 168 mil euros ao proprietário de uma reserva e a dois dos guardas por matar 55 exemplares da fauna com iscas venenosasprática proibida pela legislação nacional e classificada como crime no Código Penal.

Entre os animais envenenados estavam 23 milhafres pretos e cinco harriers do pântano, além de espécies ameaçadas de extinção, como seis milhafres vermelhos e uma águia imperial ibérica. A fiança imposta pelo tribunal tem por objetivo, justamente, responder pela eventual indenização pelos danos causados ​​pelo envenenamento e o pagamento do valor das espécies da fauna que foram afetadas, daí o seu elevado valor.

“A imposição deste vínculo é importante na medida em que reconhece o valor dos danos causados ​​pela utilização ilegal de iscos envenenados e demonstra que a colocação de iscos envenenados no ambiente natural tem consequências económicas e jurídicas para os autores”, afirmaram num comunicado conjunto. declaração. organizações ambientais SEO/BirdLife, WWF e Ecologistas em Açãoque exercem a acusação popular nesse processo.

Os fatos remontam a agosto e setembro de 2011, quando pelo menos 55 animais envenenados foram localizados na reserva particular de Casa Nueva, no município de Gerindote. Análises subsequentes dos animais confirmaram sua morte devido ao efeito de dois poderosos inseticidas que foram usados ​​para fazer as iscas. Da mesma forma, o trabalho de investigação da Unidade de Investigação de Intoxicações (UNIVE) do Corpo de Agentes Ambientais de Castela-La Mancha e do Serviço de Protecção da Natureza (Seprona) da Guarda Civil, permitiu localizar os animais envenenados. e determinar a acusação do proprietário e dos dois guardas como possíveis autores dos acontecimentos.

O uso de iscas envenenadas é uma das maiores ameaças à biodiversidade, como as associações ambientalistas vêm denunciando há anos. Um relatório da WWF e da Seo/Birdlife publicado em 2016 com o apoio do Ministério do Meio Ambiente revelou que, entre 1992 e 2013, ocorreram pelo menos 8.324 episódios de envenenamento em que 18.503 animais morreram. No entanto, organizações ambientalistas estimam que este número possa chegar a 185 mil, já que, dependendo da espécie, entre 85% e 97% dos animais envenenados não são encontrados.

Apesar do seu grave impacto – não só na vida selvagem, mas também na saúde pública, no ambiente e nos animais domésticos – e no facto de Seu uso há muito é ilegal e considerado crimecontinua a ser uma prática arraigada para eliminar predadores no campo, denunciam.